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Saúde  do  Ministério  da  Saúde  (SGTES/MS).  Seu  propósito  é  produzir  estudos  e
              pesquisas, bem como propiciar o mais amplo acesso a informações e análises sobre

              a área do trabalho e da educação na saúde no País, com vistas a contribuir para a
              formulação,  o  acompanhamento  e  a  avaliação  de  políticas  e  projetos  na  área  de

              Recursos Humanos (Portaria nº 01 de 11 de março de 2004).


              Ao longo dos anos 2000, em termos internacionais, esse processo de revisão vai se

              evidenciar  na  Carta  de  Toronto  para  a  região  das  Américas  e,  logo  depois,  com  a
              OMS dedicando o ano de 2006 e a década iniciada nesse ano aos trabalhadores da

              saúde. O “Relatório Mundial da Saúde de 2006 – Trabalhando juntos para a saúde”

              expressa preocupação com o impacto das migrações de profissionais de saúde dos
              países  em  desenvolvimento  para  os  países  desenvolvidos,  com  os  deficits  de

              profissionais  de  saúde  daí  decorrentes e  seu  impacto  nas  condições de  saúde  das
              populações e propõe a construção de um plano decenal, orientando que os países

              busquem  formas  de  planejamento,  qualificação  e  empregabilidade  e  fixação  de

              médicos, enfermeiros e auxiliares.


              No Brasil, os processos de ajuste fiscal, reforma do estado e desregulamentação do
              trabalho, em especial no  setor  saúde, apresentam  características particulares,  pois,

              ao contrário das recomendações vigentes à época, a sociedade brasileira, através de
              Constituição de 88, define a saúde como um direito de todos e um dever do Estado, a

              ser garantindo mediante políticas públicas. Estabelece um sistema publico de saúde,

              que  deve  seguir  os  princípios  da  Universalidade,  Integralidade  e  Equidade,
              obedecendo  às  diretrizes  operacionais  da  descentralização,  com  direção  única  em

              cada  esfera  de  governo;  da  organização  de  uma  rede  de  serviços  hierarquizada  e
              regionalizada; e da participação comunitária na gestão do Sistema.


              Apesar  da  crise  econômica  dos  anos  80  e  90,  bem  como  das  políticas  de  ajuste

              estruturais  desenvolvidas,  o  Sistema  Único  de  Saúde  apresenta  notável  expansão,

              com  significativo  incremento  de  serviços  e  incorporação  de  profissionais  de  saúde,
              principalmente em âmbito municipal. Entretanto, essa expansão associada a políticas

              de desregulamentação e reforma do aparelho de Estado, a uma legislação trabalhista

              bastante rígida frente ao trabalho formal, a constrangimentos para a contratação de


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